Com fôlego de sobra, Titica rebolou, deu cambalhotas e até ficou de cabeça pra baixo para mostrar o kuduro ao público que compareceu à segunda noite do Viradão Carioca, neste sábado (5), em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Acompanhada de duas dançarinas, a transexual angolana, de 24 anos, levou o clima do país africano à Praça das Juras e empolgou a plateia.
A empolgalção da angolana era tanta que nem mesmo um problema no som, que a obrigou a trocar a sua apresentação com o cantor Márcio G, a fez desanimar.Antes de subir no palco, Titica se aquecia e dava os últimos retoques na maquiagem, enquanto era concorrida pelos fotógrafos. Sem esconder o nervosismo, ela falou da responsabilidade de se apresentar no Viradão Carioca, uma promoção da Riotur e da Globo Rio. Todos os shows são gratuitos.“O brasileiro é sem dúvida o meu segundo melhor público, claro, porque Angola vem em primeiro lugar. Mas eu me senti em casa aqui, não esperava isso tudo. Essa é a minha sétima passagem pelo Brasil e parece que é a primeira. O frio na barriga é o mesmo. O kuduro é isso: é quente, é sensual, tem a cara do brasileiro”, disse ela.
“Isso está acontecendo na cidade inteira, é um grande evento, não tem como não ficar nervosa. O público que veio aqui quer música, quer espetáculo”, disse Titica, que falou sobre o problema no som: “Foi apenas um susto. Nada grave, o CD quis aprontar, mas a gente conseguiu resolver tudo a tempo, assim é bom que dá um pouco de adrenalina”, disse.
Esta é a sexta visita de Titica ao Rio de Janeirox. Em uma das viagens à cidade, há 3 anos, ela implantou prótese de silicone nos seios. Desde então, abusa de fartos decotes e incorporou a seu vocabulário expressões do típico “carioquês”, como “já é” e “demorô”. Titica explicou que seu nome é uma homenagem ao apelido que recebeu de seus pais na infância, Tica-Tica, que significa criança peralta. Em seus documentos, ela tem o nome de Teca Miguel Garcia.
Show em clima africano
Por volta das 19h40, Titica subiu ao palco e disse logo a que veio. Ela pulou, rebolou e ensinou o kuduro à plateia, que atendia a cada orientação. Em meia hora de show, a angolana cantou sucessos de seu país e até arriscou uma mistura de funk com kuduro. Para isso, contou com a participação da funkeira Garota X, que arriscou uns passos.
Mesmo após o show, Titica continuou dançando e adiantou: a noite estava só começando. “Eu vou apenas descansar um pouco e depois vou para uma discoteca da comunidade angolana, em Copacabana. Eu deixo para dormir quando estiver em casa, aqui eu quero aproveitar. A noite não tem hora para acabar, ainda tenho muito kuduro guardado”, afirmou.
Para o domingo (6), a musa angolana do kuduro disse que vai descansar e fazer uma visita a um estilista. Ela pretende levar algumas roupas feitas no Brasil para os seus shows em Angola. “Se o Brasil é a terra do carnaval e Angola é a terra do kuduro, a minha roupa representa essa união. Quanto mais brilho, melhor”, afirmou.
Parceria com Latino e Hawaianos
A cantora lançou o primeiro CD em outubro e já conseguiu emplacar quatro músicas no topo de hits do kuduro. Para seu próximo trabalho, ela sonha em uma parceria com o cantor Latino ou com o grupo de funk “Os Hawaianos”, que abriu a segunda noite de shows em Bangu.